A volta para a casa dos Pais na pandemia: dá certo isso, produção?
A volta para a casa dos Pais tem sido motivada por fatores diversos: perda do emprego, diminuição da renda, busca pela companhia dos familiares, preocupação com o isolamento dos Pais, ou até mesmo pela opção de sair dos grandes centros em busca de melhor qualidade de vida, uma vez que o trabalho remoto se tornou uma realidade que veio para ficar.
Diante dessa multiplicidade de fatores que levam à decisão, podemos pensar que cada jovem possui uma expectativa com o retorno à casa dos Pais, que pode ser diferente da expectativa dos Genitores.
Sabemos que as pessoas têm sua personalidade, hábitos costumes e valores, mas também temos consciência que nosso aprendizado e evolução são constantes, e esse fator nem sempre é percebido por nós.
Em numerosos casos, ao retornar para casa, o jovem mais amadurecido agora, precisará lidar com Pais que podem continuar a lhe tratar como antes (Pequeno, irresponsável, com necessidades de cuidado e provimento), isso pode gerar incômodo ao jovem que regressa, uma vez acostumado a gozar de certa liberdade e autonomia fora do lar.
Por sua vez, o Jovem também pode não compreender o momento atual dos Pais.
Essa série de desencontros podem ser os principais geradores de conflito nessa dinâmica.
Além dos desafios já elencados, o retorno ao lar tem possibilitado o encontro com conflitos não superados no passado, porém não deixa de ser uma nova oportunidade para esses jovens e seus Pais, de olharem para conflitos que se repetem há anos.
Esses conflitos geralmente surgem por questões ligadas a autoridade. Como menciono anteriormente, muitos Jovens não se dão conta do possível desafio de ter que lidar com Pais que os percebem da mesma forma que faziam em sua infância e adolescência.
Importante ressaltar que o momento econômico também impacta de forma significativa a saúde emocional. Para jovens que sonhavam com liberdade financeira e independência, essa fase de isolamento e recessão econômica, pode ser sentida como insucesso, resultando em sentimentos de menos valia, fracasso, inferioridade e baixa autoestima.
Para que essa relação dê certo (ou esse retorno à casa dos Pais) é fundamental que haja diálogo, conversas francas onde Pais e filhos possam compartilhar expectativas sobre o retorno da convivência diária, e o que mudou em suas vidas durante o período de distanciamento. É preciso ajudar o outro a compreender as mudanças que ocorreram e como lidar com essa diversidade.
Não ter julgamento dos hábitos e condutas entre Pais e filhos também é fundamental para a construção de um ambiente de empatia e convívio saudável.
Nome: William Vinicius de Sousa
CRP: 06/103810