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Como ajudar alguém em uma crise de ansiedade?

março 29, 2021 em 6:58 , Nenhum comentário


Ansiedade (1894) Edvard Munch.

Palpitação, coração acelerado, sensação de garganta fechada, sudorese, tremores, falta de ar, sensação de desmaio iminente, náusea, desconforto abdominal, formigamentos, dor ou desconforto no peito, calafrios, sentimentos de irrealidade, despersonalização (sentir-se fora de si mesmo), medo de perder o controle ou enlouquecer - medo de morrer.

Esses sintomas são comuns para pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade e Síndrome do Pânico. Se você conhece alguém que sofre com esses sintomas, eu te convido a ler esse artigo até o final para saber como ajudar essa pessoa quando ela estiver em situação de crise.

1-      A primeira coisa que precisamos para ajudar alguém que sofre com ansiedade é o CONHECIMENTO básico sobre o tema:

Precisamos diferenciar uma característica humana de um transtorno. Ansiedade todos temos, é o que nos ocorre quando temos a expectativa pelo resultado de uma prova, ou o que sentimos antes de participar de uma reunião importante no trabalho. Todavia, quando falamos em transtorno, me refiro à maior intensidade dessas reações que podem chegar ao ponto de ocasionarem muito sofrimento com sintomas tão reais como os de um infarto. Infarto, William? Sim, muitas vezes os sintomas são parecidos e causam a mesma sensação.

Nesse caso, estamos falando de ansiedade patológica, que necessita de tratamento.

TRATAMENTO:

É importante que o paciente seja avaliado por um médico Psiquiatra para entendimento da necessidade de intervenção medicamentosa. Além disso, é fundamental que o paciente passe por sessões de Psicoterapia para avaliação de sua subjetividade e tratamento desses sintomas. 

2-      A segunda coisa que precisamos é não JULGAR.

Frases como: “isso é coisa da sua cabeça”, “isso é frescura” e “isso não é nada” só atrapalham e contribuem para a piora dos sintomas, esses mesmos que descrevi lá no começo.

Relevante destacar que um transtorno de ansiedade tem o “PODER” de provocar esses sintomas de forma tão real, que se torna muito difícil controlá-los. Muitas pessoas, inclusive, acabam indo a hospitais, UPAS e Pronto socorros com queixas de infarto e outros problemas. Depois de serem avaliadas, descobre-se que se tratava de uma crise intensa de ansiedade.

Imagine você passando por isso?

3-      Aja com NATURALIDADE e tenha EMPATIA.

Demonstrar-se agitado nesse momento, com expressão de horror, espanto ou surpresa pode piorar a situação. Ninguém se orgulha de perder o controle de seu corpo diante de uma crise de Pânico. Essa vivência pode se tornar traumática para muitos.

Você poderá ajudar essa pessoa a sentir-se mais confortável nesse momento, uma vez que somos o país mais ansioso do mundo, ou seja, poderia ser você no lugar dela.

4-      A partir dos tópicos já apontados, destaco a importância de OUVIR.

Ah, mas eu não sou Psicólogo, William!

Você pode não ser, mas não é preciso ter formação para ser acolhedor e ouvir o que alguém tem a dizer. Ser humano está acessível a todos nós, não é mesmo?

Demonstre compreensão, PREOCUPAÇÃO SINCERA e paciência. Você pode dizer algo em tom suave a essa pessoa: “você gostaria de me contar o que está sentindo?” ou “gostaria de sair um pouco daqui para conversarmos um pouco?” isso pode ajudar bastante.

Se você não souber o que dizer no momento, tudo bem, apenas ouça e mostre à pessoa que você está ali.

Dizia Freud que o ato de dizer já é terapêutico, portanto, falar e sentir-se ouvida, possivelmente possibilitará que a pessoa se sinta melhor.

Quando digo que todos podem acolher, e que não precisa ser psicólogo para isso, coloco como exemplo o que aprendemos nas autoescolas nas aulas de primeiros socorros: não precisamos ser médicos para prestar primeiros socorros a uma vítima de acidente, correto? Podemos prestar atendimento até que o socorro especializado chegue ao local. Da mesma forma ocorre com o paciente que sofre com ansiedade.

5-      EVITE LIÇÕES DE MORAL

Esse não é o momento de colocar alguém contra a parede por causa de suas ações. Não é hora de dizer aquelas verdades que você acha que ela precisa ouvir. Qualquer coisa que seja dita nesse momento precisa ser transmitida com amor.

6-      CUIDADO COM FRASES OTIMISTAS:

Para quem está em crise o estado de angústia pode chegar ao ponto de impedir a visualização de alternativas para enfrentamento dos problemas. Dizer coisas como: “você é muito jovem, logo terá outro namorado (a)”, ou “isso não é tão ruim, pior sou eu que estou com problemas em casa”. Esse não é um momento para discutir quem tem mais problemas na vida, ok?

A pessoa em crise poderá sentir que seus problemas não têm importância, que a postura de quem tenta acalmá-la é, na verdade, de indiferença ao seu sofrimento.

7-      Permita a EXPRESSÂO

Diante do sentimento de agravamento dos sintomas, a pessoa com ansiedade tende a ativar todos os seus recursos de autocontrole diante do medo, que infelizmente podem trazer mais angústia e sofrimento.

Se a pessoa quiser gritar, chorar, ou expressar sua raiva de alguma forma que não coloque em risco a sua integridade e a de outras pessoas, permita. Não reprima. Todo sintoma tem algo a dizer. É preciso que saia pela fala, ou outra forma de expressão. 

8-      Incentive a pessoa a PROCURAR AJUDA.

Fazer Psicoterapia ainda é visto por muitos com certo preconceito. Apoiar a compreensão de que transtornos de ansiedade são tão comuns como uma fratura de braço pode ajudar a pessoa a desmistificar essa questão.

Um incentivo que podemos dar é: “faça uma consulta”. “Permita saber como é”. “Você pode se beneficiar com isso, e não precisa continuar com esse profissional se não se identificar”.   

Não há abordagem na Psicologia melhor para tratamento desse tipo de transtorno. Afirmar isso seria como dizer que uma religião é melhor que a outra para um determinado cristão. Cada abordagem na Psicologia tem suas técnicas, compreensões acerca do ser humano e métodos, mas todas visam o cuidado.

9-      Medidas ALTERNATIVAS

Se perceber que a pessoa não está melhorando, ou que está mais angustiada, talvez seja melhor ajudar a pessoa a desfocar dos sintomas. Estimular a desaceleração, respirar mais lentamente. Apoiar a compreensão de que, apesar dos sintomas, sua respiração está normal e seu corpo funcionando perfeitamente.

Espero que esse texto ajude você a apoiar alguém que conheça ou encontre em seu cotidiano. Não há dúvidas que a Ansiedade é um dos maiores males dos novos tempos. Precisamos lutar juntos contra seu crescimento.

Se quiser falar sobre o assunto, tirar dúvidas, conte comigo!

Um abraço,

William Sousa

Psicólogo Clínico e Hospitalar – CRP: 06/103810

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