“A culpa é da sua mãe”:5 dicas para mães lidarem com a culpa.
Me pergunto quase todos os dias
se existem mães sem sentimento de culpa. Não as conheço...
É claro que, não podemos generalizar, afinal, antes da mãe, há um sujeito com suas particularidades.
Mas é real que a grande maioria das mães que atendo em Psicoterapia online trazem essa temática para as sessões (a culpa), seja por fazer menos, por fazer mais, por não agradar aos avós da criança nos cuidados proporcionados, por não atender aos anseios do parceiro (a), entre outros.
Muitos são os métodos indicados por especialistas de tempos em tempos, que nos apontam as melhores práticas em educação das crianças, porém, a difícil missão da mãe conta com variáveis que nenhum método ou cartilha poderá dar conta integralmente: me refiro à impossibilidade de educar baseando-se exclusivamente nessas estratégias, uma vez que seria equivalente a deixar todos os sentimentos de lado que envolvem "ser mãe" ´para seguir um apanhado de dicas de alguém que não faz ideia de qual seja a sua história, medos, ambições e condições (materiais, físicas, de tempo e emocionais).
É fato que somos seres humanos propensos a apontar falhas, somos críticos exímios da maternidade alheia, prontos a apontar no outro o que não reconhecemos em nós. É nesse ponto que as mães ouvem falas do tipo: "ah, se fosse meu filho? Não faria isso!", ou "No meu tempo, criança obedecia só com o olhar da mãe".
Sentimento de impotência, frustração e inferioridade também são comuns às mães.
O ideal de mãe compartilhado por nossa cultura não admite a singularidade, do fazer diferente, até mesmo do erro, por esse motivo, destaco abaixo dicas para que as mães possam lidar com a culpa e o julgamento alheio imposto por um ideal de maternidade.
1- Você é única:
Antes de ser nomeada como mãe, compreenda que você é um sujeito (tem suas particularidades), não precisa seguir os padrões aceitos pela sociedade, atendendo ao que se espera de uma mãe.
Lembre-se que você tem sua saúde, condições físicas, emocionais, financeiras e disponibilidade individuais. Não se compare, ok?
2- Esteja atenta aos conflitos entre gerações:
Hoje, com a tecnologia, o papel de independência conquistado pelas mulheres e as novas configurações da vida moderna, não permitem, em grande parte, a criação de filhos como nossos avôs faziam. Seus conselhos são bem-vindos, mas nem sempre viáveis.
Procure não se frustrar quando não conseguir adotar em sua prática o que lhe indicam.
3- Avalie bem os métodos revolucionários de criar um filho:
Métodos são desenvolvidos a partir de critérios definidos de pesquisa e, podem sim, trazer benefícios ao desenvolvimento infantil, mas antes de qualquer aplicação de método, procure ter uma relação com seu filho, desenvolva sua conexão com ele, ao invés de interpretar o que os outros dizem a você.
4- O Julgamento é sempre certo:
Ou seja, fazendo bem, certo, errado, se dedicando exaustivamente aos cuidados do bebê, ou não, sempre haverá alguém para apontar que você falhou. Isso é um fato! Agora, se você vai aceitar esse fardo e colocá-lo em suas costas, já é uma escolha sua, não é?
5- Conecte-se consigo mesma:
Conecte-se com seus valores, crenças, com o que acredita. Procure separar de seus pensamento e atitudes o que é seu, da sua individualidade, do que é imposto por um terceiro. Esse movimento é fundamental para que você possa ter uma vida pautada em seus desejos e prioridades, que agrade às suas necessidades, não às necessidades de seu círculo familiar/social.
Há muitas outras culpas que posso abordar em outra ocasião, mas espero que esse texto torne sua maternidade um pouco mais leve e alinhada com o que você acredita!
William Sousa
CRP: 06/103810