Precisamos falar sobre “Quiet Quitting”.
O termo ganhou destaque recentemente a partir de um vídeo reflexivo postado por um desenvolvedor de sistemas de 24 anos em uma rede social de compartilhamento de vídeos, o Tik Tok.
Literalmente, o termo significa (demissão silenciosa), mas na prática seria um movimento que reflete sobre o equilíbrio das relações profissionais com a vida pessoal, saúde física e emocional, e tempo útil aplicado ao trabalho.
O movimento social têm sido analisado por muitos especialistas como um sintoma causado pelas transformações do mundo do trabalho a partir da pandemia da covid_19, uma vez que grande parte dos profissionais passaram a lidar com a rotina do trabalho em home office, o que prejudicou o controle sobre a carga horária de trabalho diária, atividades exercidas e consequentemente a separação entre rotinas de trabalho e vida pessoal.
Essa é uma estratégia proposta pela geração Z que tem evidenciado os níveis alarmantes de esgotamento emocional e “burnout” gerados pelo trabalho, visando o equilíbrio sustentável entre vida e profissão, dessa forma, o indivíduo adepto da prática passaria a limitar sua atuação às horas contratadas pelo empregador e às atividades que foram previstas no momento da contratação.
É inegável que o movimento busca conter os abusos cometidos por muitos empregadores, sendo uma reação às formas de controle e submissão adotadas para gerir equipes e empresas. Não significa que os adeptos dessa tendência se transformarão em maus profissionais, ao contrário, significa que estarão em retomada de seu posicionamento como sujeito, que goza de liberdade de escolhas e que o trabalho passa a não ser mais a primeira e única prioridade de vida.
O Quiet Quitting se posiciona contrariamente à cultura do “Always on”, do Grow more With Less”, ao considerar que nem todos tem o objetivo de chegar à Presidência da empresa.
A regulação da prática respeita a individualidade e subjetividade, possibilitando um posicionamento mais ativo quanto aos aspectos que interferem diretamente na saúde.
Outros especialistas observam que os movimentos de terceirização do trabalho e a precarização dos contratos em desvantagem aos trabalhadores, podem ter contribuído para o aumento da insegurança financeira no mercado de trabalho, o que estimularia jovens profissionais a buscarem a conciliação do trabalho com outras fontes de renda e projetos que estejam mais aderentes à sua cultura, valores e propósitos de vida.
Dialogamos aqui no campo das escolhas, e sobre suas possíveis consequências, pois podem ocorrer atritos no ambiente de trabalho ao adotar-se tal posicionamento por haver conflito de interesses no qual, de um lado está a corporação que busca a lucratividade com menor investimento possível, do outro, o trabalhador que passa também a priorizar seus interesses e ganhos, com menor investimento em trabalho, ou limitado ao trabalho que lhe foi contratado, sem adicionais de trabalho não remunerado que favoreceria ao empregador.
É significativo destacarmos que o movimento pode ser visto com impaciência por empresários e até mesmo profissionais de gerações anteriores, podendo ser interpretado como um conjunto de reinvindicações de uma geração que não suporta as pressões do trabalho, ou como a expressão que diz ser: “MI-MI-MI”, mas não se trata disso.
Mais importante ainda é reconhecer que o Burnout atinge a todos os trabalhadores sem distinção. A conta do excesso de trabalho, falta de atividades de lazer, da sobrecarga gerada por demissões que não foram repostas pelas empresas acometeu a todas as gerações de trabalhadores ativos no país.
Somente no ano passado, cerca de 30% dos profissionais ativos no Brasil foram afetados pelo Burnout, colocando nosso país no 2º
lugar do ranking mundial, segundo dados da International Stress Management Association (ISMA-BR).
Por esse motivo, precisamos falar sobre o assunto. As relações de trabalho estão sendo revistas no mundo inteiro e há urgência pela busca de estabelecimento de modelos mais sustentáveis de interação profissional.
Cabe lembrar a importância de diálogo lógico e sincero entre trabalhadores e empregadores para que a satisfação possa ser alcançada por ambos.
William Vinicius de Sousa - Psicólogo CRP: 06/103810
Será que você consegue perdoar?
Compartilho o novo artigo publicado hoje no portal Eu sem Fronteiras, sobre o perdão!
Clique aqui para ler o texto completo
Psicoterapia acaba com o casamento?
Nesse texto publicado no site Eu sem fronteiras, explico quais são as possíveis influências da Psicoterapia em um casamento.
O que não devemos fazer quando perdemos alguém que amamos!
Leitura de aproximadamente 4 minutos!
15/07 - Dia do Homem!
A data parece estranha, e
até mesmo imprópria, em um momento que se noticia elevados índices de violência
contra as mulheres, pessoas LGBTQIA+ e atitudes de discriminação fundamentadas
pela cultura machista.
Mas a data que passou a ser comemorada no ano de 1999, aqui mesmo na América do sul, em Trinidad e Tobago (nação caribenha próxima da Venezuela), tinha outros objetivos ao invés de exaltar a masculinidade, uma superioridade que nunca existiu, a força física, ou qualquer outra característica defendida como excepcional por muitos homens.
Inicialmente, o idealizador e médico Dr. Jerome Teelucksingh buscava conscientizar os homens acerca da importância dos cuidados com a saúde, além de defender a igualdade entre os gêneros.
Sobre saúde do homem, não poderia deixar de mencionar o câncer de próstata, por ser uma doença específica do gênero, com índices elevados de mortalidade, que poderiam ser menores se minimizássemos certos padrões culturais acerca da masculinidade.
A principal barreira a ser vencida nesse sentido é o convencimento da importância de exames como o de toque retal, exame esse capaz de detectar alterações da próstata de forma rápida e assertiva, e em muitos casos, em estágios iniciais da doença, possibilitando maiores chances de tratamento e recuperação.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apontam que teremos entre 2020 e 2022, cerca de 65.840 novos casos de câncer de próstata por ano na população brasileira. Esse tipo de câncer corresponde a 29% dos casos totais de neoplasia entre homens.
O INCA também adverte que, somente no ano de 2019, 15.983 homens perderam a vida por causa do câncer de próstata.
Estima-se atualmente que, 1 em cada 9 homens será diagnosticado com a doença.
Outro tipo de câncer pouco comentado e divulgado em campanhas, é o câncer de pênis. Dados no mesmo instituto apontavam que, somente no ano passado, havia a estimativa de que haveriam 1.130 novos casos. Como fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de doença são considerados: a higienização no pênis feita de forma inadequada, ou com frequência insuficiente, além da contaminação pelo vírus HPV.
Ainda hoje, em 2021, não é raro ouvir um homem que se classifica como “conservador” afirmar que prefere a morte a se submeter ao toque retal. É triste, mas é um fato. Precisamos mudar logo essa realidade, afinal, sabemos que um exame médico não altera a orientação sexual, muito menos a honra de um ser humano, não é mesmo?
No campo das questões de igualdade de gênero, como menciono no início desse texto, seria impossível não falarmos sobre a saúde emocional, campo que muitas vezes segue ignorado pela maioria dos homens.
Sabe-se que os homens nascem em uma cultura patriarcal que defende valores questionáveis atualmente, que são nocivos à subjetividade. Somos ensinados que homens não choram, não podem demonstrar fraqueza. Somos estimulados à competitividade, à posse e dominação da mulher e dos filhos. Somos educados a sermos responsáveis exclusivos pelos proventos da família. Somos forçados a ignorarmos nossas dores subjetivas, a termos vergonha e repulsa à nossa sensibilidade. Aprendemos cada vez mais, pelo fácil acesso à pornografia, que a objetificação da mulher é algo habitual, sendo a performance sexual dos filmes, algo a ser alcançada com as mulheres na vida real.
- Mas William, o que é ser homem hoje? Qual é o papel que o homem deve ocupar? Ser homem não é ser machão? O homem não deve sustentar as despesas de uma casa? Não devemos educar nossos filhos com os mesmos valores que fomos criados?
Vamos pensar pouco mais...
Dados apresentados pelo documentário “o silêncio dos homens”, mostram estatísticas impressionantes:
I. Homens cometem quatro vezes mais suicídio que as mulheres. Há também dados que mostram que as tentativas de suicídio masculina tendem a serem mais agressivas, fator que eleva as chances de óbito.
II. 83% dos homicídios e acidentes tem o envolvimento direto de homens. Consequentemente, os homens vivem cerca de 7 anos a menos que as mulheres.
III. 17% dos homens tem algum problema relacionado à dependência alcóolica.
IV. A População carcerária brasileira é formada por 95% de homens.
V. 6 em cada 10 homens admitem ter algum sofrimento relacionado a ansiedade, depressão, ou vício em pornografia, porém, apenas 3 em cada 10 homens costuma falar sobre o que realmente sente aos amigos, familiares, ou outras pessoas.
VI. Quando um homem sofre abuso sexual (a maioria em sua infância), leva em média 20 anos para relatar o abuso a alguém. Sim, meninos sofrem muito abuso sexual na infância.
Esses dados não são suficientes para demonstrar que algo está errado?
Outro ponto importante se refere à homofobia. Raros, se não inexistentes, são os casos de mulheres que agridem a pauladas pessoas homo afetivas nas ruas do País, em geral, esses crimes são cometidos por homens. A Psicanálise já nos mostrou que, em grande parte, estamos falando de um sintoma desse processo de subjetivação doentio em que os homens são inseridos, onde o sujeito, em contato com impulsos sexuais que se direcionam a uma figura do mesmo sexo, e não aceitando tais impulsos, os mesmos se convertem em agressão e destruição do outro que não é aceito como objeto de desejo.
Temos passado por muitas mudanças nas últimas décadas. O movimento feminista tem avançado significativamente em pautas históricas em defesa da igualdade entre gêneros com reconhecimento da igualdade de direitos. Nesse sentido, a luta das mulheres serve como exemplo pela conquista da liberdade (emocional) dos homens.
Uma data como o dia do homem é importante como oportunidade de discussão acerca da desconstrução do homem como o conhecemos. Não se trata de transformar o homem em outra coisa, mas sim, em reduzir o que há de nocivo em seus valores e conceitos, com potencial dano ao próprio sujeito e à sociedade. Trata-se de permitir o diálogo entre Pai e filho, em defender o direito de pensar e agir diferente do enquadramento e estereótipo masculino da sociedade, trata-se de parar com essa história de que “o homem tem que”, e outros jargões. Todo esse sistema gera a incapacidade de o homem estruturar-se como sujeito, sendo cada vez mais castrado ao ponto de não conseguir mais simbolizar o que gera sofrimento. E qual é um dos principais resultados disso? Agressividade!
Para alcançarmos essa igualdade, se faz necessária a desconstrução subjetiva masculina, para que, enfim, possa surgir o novo homem com liberdade emocional.
Defendo a ideia de que esse dia importante deveria ser nomeado como o “Dia do novo homem” ou “Dia do homem desconstruído”. Dessa forma, ficaria claro que não se trata de um dia para exaltação dos ideais machistas.
Então, para você que está disposto a passar por essa desconstrução, e para todos os que estão nesse processo, Feliz dia do (novo) Homem!
Fontes:
https://www.inca.gov.br/campanhas/cancer-de-prostata/2020/saude-do-homem
https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE
O que Aprendemos com a Pandemia?
Nesse Texto publicado pelo site Eu Sem Fronteiras, abordo o que temos aprendido com a Pandemia pelo novo Corona vírus.
A leitura é rápida, cerca de 3 min!
Quanto vale a sua saúde mental?
Boa reflexão!
O que te motiva a ser Feliz?
“Muitas pessoas perdem as pequenas alegrias enquanto
aguardam a grande felicidade”
A frase da escritora e
sinologista Pearl S. Buck rompeu as fronteiras do tempo e nos coloca a refletir
no presente sobre como valorizamos o viver.
O que consideramos um bom motivo para termos alegria? Uma nova aquisição, um novo título, um casamento, o reconhecimento de um mérito?
Passamos boa parte do dia a lamentar o que não temos. Nos compararmos com aqueles que, aparentemente, têm o que nos falta. O que dizer então acerca da vida que se mostra bela e irretocável através das fotos e publicações das redes sociais?
A felicidade depende de nossas ações. É uma escolha do sujeito. É para agora, não para começar a tentar na segunda feira, no próximo mês, ou quando acabar a pandemia. Depende do que valorizamos (sim, nós), não do que a sociedade compartilha como um “grande evento”.
William Sousa
Psicólogo – CRP: 06/103810
1 de Maio: Dia do Trabalha(dor)?
O Dia do Trabalhador é celebrado como um marco da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. O tempo passou, muitos direitos foram conquistados, outros foram perdidos em processos de reformas, mas, em outro campo, o das relações do homem com o trabalho, qual é o cenário que percebemos hoje? Será que algo mudou?
É fato que as conquistas trabalhistas melhoraram as condições de saúde do trabalhador, mas ainda são altos os índices de adoecimento (físico e emocional), relacionados ao trabalho.
As perguntas se tornam pertinentes são:
- Você tem sido cada vez mais motivado a vestir a camisa, a se doar, a fazer o "a mais" no trabalho, a "dar o sangue", mas a qual custo para você?
- Você é recompensado na mesma proporção pelo trabalho que entrega?
- A sua conta com o trabalho fecha? Ou seja, de forma positiva para ambos os lados?
- Você obtém lucro, ou está em déficit?
- Será que você precisa repensar a sua relação com o trabalho?
William Sousa
Psicólogo- CRP: 06/103810
Como é a primeira sessão de psicoterapia?
Acabo de estrear meu primeiro texto como colunista do Site Eu sem Fronteiras. Nesse primeiro artigo, abordo aspectos relacionados à primeira consulta com o Psicólogo: dúvidas, perguntas, incertezas e inseguranças.
Acesse o link abaixo para conferir o texto na íntegra, além de conhecer o site que traz muito conteúdo em saúde, espiritualidade, autoconhecimento, entre outros temas.
Não te interesses sobre a quantidade, mas sim sobre a qualidade de vossos amigos!
Sêneca disse que a qualidade das nossas relações é mais importante. Vivemos hoje a batalha por likes e seguidores. Facilmente atingimos a marca de 1000 amizades virtuais, mas quantas são aquelas que podemos contar em momentos de dificuldade, ou até mesmo, quantas estariam dispostas a ouvir sobre nosso sucesso e felicidade sem melindres ou inveja?
Estar cercado de pessoas, não significa estar em companhia, do mesmo modo que, receber convites não significa troca sincera.
Uma amizade sincera pode trazer o que um milhão de seguidores não fariam.
Concorda?
William Sousa
CRP:103/810
Não Espere por uma Crise para descobrir o que é importante em sua vida!
A frase é do grande filósofo Platão, e permanece atual, pois temos o hábito de confundirmos resiliência com negação.
Abraços,
Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos.
A Frase de Shakespeare me lembrou
sobre um componente geralmente observado em quadros depressivos: a Frustração.
Sentimento que ocorre a partir da não realização de expectativas que criamos a
todo o momento, são como acontecimentos do cotidiano que estilhaçam a fantasia
com o martelo da realidade.
O crescimento das redes sociais, a busca pelos ideais de beleza, bem-estar, felicidade, amor e sucesso tem sido cada vez mais compartilhada e replicada nessas redes de interação como artigos de necessidade. Está aí o risco que corremos: me refiro à tendência natural dos humanos em comparar-se uns aos outros, com as redes sociais, isso se tornou uma tarefa muito fácil e acessível.
A questão é que, em todas as redes, umas mais, outras menos, encontramos sempre o que “deu certo”, o que é belo, o que é feliz, o que proporciona status social. Falo sobre um cotidiano virtual repleto de fantasia, o que difere do Real da vida: do trabalho desgastante, das dificuldades, frustrações, tristezas, ou seja, “a vida sem filtros”.
Alimentados diariamente com o que os novos “influencers” divulgam, tendemos a pensar que nossa vida é um completo fracasso. Passamos a não aceitar que não atingimos determinado padrão e conceito social até certa idade, que não temos X carimbos em nossos passaportes, que não temos o nível hierárquico sonhado antes dos 30...
É relevante reconhecer nossos esforços e valorizarmos nossas conquistas. Sim, essas mesmas que são diferentes, mas não menos importantes.
William Sousa
CRP: 06/103810
#psicologiaonline #psicologonainternet #psicanálise #psicoterapia #frustração #depressão
#tristeza
“A culpa é da sua mãe”:5 dicas para mães lidarem com a culpa.
Me pergunto quase todos os dias
se existem mães sem sentimento de culpa. Não as conheço...
É claro que, não podemos generalizar, afinal, antes da mãe, há um sujeito com suas particularidades.
Mas é real que a grande maioria das mães que atendo em Psicoterapia online trazem essa temática para as sessões (a culpa), seja por fazer menos, por fazer mais, por não agradar aos avós da criança nos cuidados proporcionados, por não atender aos anseios do parceiro (a), entre outros.
Muitos são os métodos indicados por especialistas de tempos em tempos, que nos apontam as melhores práticas em educação das crianças, porém, a difícil missão da mãe conta com variáveis que nenhum método ou cartilha poderá dar conta integralmente: me refiro à impossibilidade de educar baseando-se exclusivamente nessas estratégias, uma vez que seria equivalente a deixar todos os sentimentos de lado que envolvem "ser mãe" ´para seguir um apanhado de dicas de alguém que não faz ideia de qual seja a sua história, medos, ambições e condições (materiais, físicas, de tempo e emocionais).
É fato que somos seres humanos propensos a apontar falhas, somos críticos exímios da maternidade alheia, prontos a apontar no outro o que não reconhecemos em nós. É nesse ponto que as mães ouvem falas do tipo: "ah, se fosse meu filho? Não faria isso!", ou "No meu tempo, criança obedecia só com o olhar da mãe".
Sentimento de impotência, frustração e inferioridade também são comuns às mães.
O ideal de mãe compartilhado por nossa cultura não admite a singularidade, do fazer diferente, até mesmo do erro, por esse motivo, destaco abaixo dicas para que as mães possam lidar com a culpa e o julgamento alheio imposto por um ideal de maternidade.
1- Você é única:
Antes de ser nomeada como mãe, compreenda que você é um sujeito (tem suas particularidades), não precisa seguir os padrões aceitos pela sociedade, atendendo ao que se espera de uma mãe.
Lembre-se que você tem sua saúde, condições físicas, emocionais, financeiras e disponibilidade individuais. Não se compare, ok?
2- Esteja atenta aos conflitos entre gerações:
Hoje, com a tecnologia, o papel de independência conquistado pelas mulheres e as novas configurações da vida moderna, não permitem, em grande parte, a criação de filhos como nossos avôs faziam. Seus conselhos são bem-vindos, mas nem sempre viáveis.
Procure não se frustrar quando não conseguir adotar em sua prática o que lhe indicam.
3- Avalie bem os métodos revolucionários de criar um filho:
Métodos são desenvolvidos a partir de critérios definidos de pesquisa e, podem sim, trazer benefícios ao desenvolvimento infantil, mas antes de qualquer aplicação de método, procure ter uma relação com seu filho, desenvolva sua conexão com ele, ao invés de interpretar o que os outros dizem a você.
4- O Julgamento é sempre certo:
Ou seja, fazendo bem, certo, errado, se dedicando exaustivamente aos cuidados do bebê, ou não, sempre haverá alguém para apontar que você falhou. Isso é um fato! Agora, se você vai aceitar esse fardo e colocá-lo em suas costas, já é uma escolha sua, não é?
5- Conecte-se consigo mesma:
Conecte-se com seus valores, crenças, com o que acredita. Procure separar de seus pensamento e atitudes o que é seu, da sua individualidade, do que é imposto por um terceiro. Esse movimento é fundamental para que você possa ter uma vida pautada em seus desejos e prioridades, que agrade às suas necessidades, não às necessidades de seu círculo familiar/social.
Há muitas outras culpas que posso abordar em outra ocasião, mas espero que esse texto torne sua maternidade um pouco mais leve e alinhada com o que você acredita!
William Sousa
CRP: 06/103810
A OVELHA NEGRA PODE SER A MAIS SAUDÁVEL DA FAMÍLIA!
A imagem graciosa da ovelhinha negra nos leva a imaginar um serzinho que se aceita como é, e que se sente confortável emocionalmente em seu meio.
Quantos de nós não gostariam de gozar da mesma atitude e estado de espírito, não é mesmo?
Em nossa cultura, pessoas diferentes são habitualmente apontadas como desviantes, marginais, loucas entre outros adjetivos, porém, na verdade, são apenas pessoas que diferem do comportamento aparentemente normal; são comumente nominadas: "ovelhas negras".
Mas, se observarmos a representação, a ovelha negra seria a única de um rebanho predominantemente branco. Rebanho este composto por uma maioria aderente às condutas do pastor, que não apresenta indícios de rebeldia ao imperativo do dono.
Mas será que a ovelha negra, de fato, tem problemas? quais? Seria possível estabelecermos uma relação com a vida que levamos na sociedade atual?
Diria que, se o pobre bichinho tivesse um problema, seria o desafio de lidar com o julgamento alheio, ao invés de tentar se encaixar no comportamento do rebanho.
Ocorre que, habitualmente, todo comportamento que difere em meio ao rebanho que chamamos de sociedade, é notado com olhares críticos, censura e desaprovação.
Mas por qual motivo? A vida alheia importa tanto assim?
Em nossa interação diária, somos reflexo e refletimos o outro sem nos darmos conta disso. Muitas vezes, o comportamento repudiado é exatamente aquele que se desejava ser capaz de exercer. Escondem-se nas entrelinhas do inconsciente de quem julga as ovelhinhas negras, desejos, ideais e fantasias que não são admitidas, até mesmo ao maior confidente do censurador. Dessa forma, o cidadão crítico passa a identificar, no outro, o "problema" que habita nele mesmo.
É dessa forma que imolamos a ovelhinha negra todos os dias, sentindo o alívio de sua morte, como se a tragédia marcasse também a morte do que repudiamos em nós.
William Sousa
CRP: 06/103810
Qual é a hora de buscar ajuda Psicológica?
A Persistência da Memória: quadro do pintor surrealista Salvador Dalí em 1931.
Reconheci que precisava de Psicoterapia por volta dos meus 16 anos. Meus pais não se entendiam, as brigas eram diárias e as cenas de violência verbal, psicológica e física se repetiam diante dos meus olhos.
Na adolescência, me sentia uma pessoa solitária. Meus pais não compreendiam minhas emoções e carências. Passei a tentar me relacionar, fazer parte de um grupo onde encontrei apenas drogas, um cara que abusou sexualmente de mim em uma festa em que eu já não tinha mais consciência de quem era, e sentia ainda mais solidão, apesar da presença de todos.
Veio a separação dos meus pais. Minha mãe sem condições financeiras e emocionais de prover meu sustento, me enviou para a casa dos meus tios em outro estado. Lá, encontrei novamente o que já conhecia: a solidão, a indiferença, e o abuso sexual, dessa vez, vindo de alguém que admirava.
Sequei minhas lágrimas com o cansaço do trabalho. Via que somente meu próprio esforço e aplicação nos estudos poderiam me levar a conquistar a liberdade financeira e emocional, uma vez que não havia quem lutasse por mim.
Conheci um garoto que parecia ser o amor que a vida me presenteava como consolação por anos de sofrimento. Com o tempo, passei a não poder ser mais quem eu era: as roupas que gostava, maquiagens, assessórios, locais que costumava frequentar, nada mais era permitido pela figura que dizia sempre que seu maior defeito era “me amar demais”.
Sofri por anos nessa relação de abuso... passei a não reconhecer mais o que eu era e o que eram as cobranças e restrições dele. Consegui romper com a relação após oito anos de intenso sofrimento.
Reconstruí tudo do zero, pois na partilha de bens, nada me sobrou. Admito que não quis lutar pelos bens materiais, queria algo maior (a minha libertação).
Hoje, busco psicoterapia por incentivo dos meus amigos. Não estou acostumada a falar de mim, do meu passado. Tentei, de alguma forma, enterrar tudo isso. Estou acostumada a enfrentar tudo sozinha, mas compreendi, a duras penas, que nem sempre é possível superar traumas sozinha... por isso eu vim.
Prazer, Doutor!
O relato é fictício, mas seu conteúdo é habitual. Psicoterapia para apoio emocional é necessário e não reduz a capacidade de enfrentamento que temos. Ocorre que, muitas vezes, os problemas são maiores e, por esse motivo, precisamos de mais ferramentas para combatê-los, além de nosso próprio esforço.
A combinação de vivências traumáticas não elaboradas com os novos problemas que surgem no cotidiano, muitas vezes, são a fonte do adoecimento emocional e físico.
Lembrar nos faz reviver, isso é um fato. Essa possibilidade nos afasta de procurarmos ajuda especializada para lidar com nosso passado.
A tentativa de “enterrar” lembranças é infrutífera por um motivo claro: enterramos lembranças vivas, e se estão vivas, insistirão em ressurgir em nossas vidas.
Acredite, elas sempre voltam!
Por essa razão, é fundamental retomarmos o passado, não com o impacto da vivência original, mas com o cuidado, apoio, acompanhamento e orientação do profissional que lhe guiará nesse processo.
Dê-se a chance de esvaziar-se do que tem acumulado em sua história!
Um grande abraço,
William Vinicius de Sousa – Psicólogo Clínico e Hospitalar: 06/103810
#Psicoterapia #ahoradebuscarajudapsicologica #psicanaliseComo ajudar alguém em uma crise de ansiedade?
Ansiedade (1894) Edvard Munch.
Palpitação, coração acelerado, sensação
de garganta fechada, sudorese, tremores, falta de ar, sensação de desmaio
iminente, náusea, desconforto abdominal, formigamentos, dor ou desconforto no
peito, calafrios, sentimentos de irrealidade, despersonalização (sentir-se fora
de si mesmo), medo de perder o controle ou enlouquecer - medo de morrer.
Esses sintomas são comuns para pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade e Síndrome do Pânico. Se você conhece alguém que sofre com esses sintomas, eu te convido a ler esse artigo até o final para saber como ajudar essa pessoa quando ela estiver em situação de crise.
1- A primeira coisa que precisamos para ajudar alguém que sofre com ansiedade é o CONHECIMENTO básico sobre o tema:
Precisamos diferenciar uma característica humana de um transtorno. Ansiedade todos temos, é o que nos ocorre quando temos a expectativa pelo resultado de uma prova, ou o que sentimos antes de participar de uma reunião importante no trabalho. Todavia, quando falamos em transtorno, me refiro à maior intensidade dessas reações que podem chegar ao ponto de ocasionarem muito sofrimento com sintomas tão reais como os de um infarto. Infarto, William? Sim, muitas vezes os sintomas são parecidos e causam a mesma sensação.
Nesse caso, estamos falando de ansiedade patológica, que necessita de tratamento.
TRATAMENTO:
É importante que o paciente seja avaliado por um médico Psiquiatra para entendimento da necessidade de intervenção medicamentosa. Além disso, é fundamental que o paciente passe por sessões de Psicoterapia para avaliação de sua subjetividade e tratamento desses sintomas.
2- A segunda coisa que precisamos é não JULGAR.
Frases como: “isso é coisa da sua cabeça”, “isso é frescura” e “isso não é nada” só atrapalham e contribuem para a piora dos sintomas, esses mesmos que descrevi lá no começo.
Relevante destacar que um transtorno de ansiedade tem o “PODER” de provocar esses sintomas de forma tão real, que se torna muito difícil controlá-los. Muitas pessoas, inclusive, acabam indo a hospitais, UPAS e Pronto socorros com queixas de infarto e outros problemas. Depois de serem avaliadas, descobre-se que se tratava de uma crise intensa de ansiedade.
Imagine você passando por isso?
3- Aja com NATURALIDADE e tenha EMPATIA.
Demonstrar-se agitado nesse momento, com expressão de horror, espanto ou surpresa pode piorar a situação. Ninguém se orgulha de perder o controle de seu corpo diante de uma crise de Pânico. Essa vivência pode se tornar traumática para muitos.
Você poderá ajudar essa pessoa a sentir-se mais confortável nesse momento, uma vez que somos o país mais ansioso do mundo, ou seja, poderia ser você no lugar dela.
4- A partir dos tópicos já apontados, destaco a importância de OUVIR.
Ah, mas eu não sou Psicólogo, William!
Você pode não ser, mas não é preciso ter formação para ser acolhedor e ouvir o que alguém tem a dizer. Ser humano está acessível a todos nós, não é mesmo?
Demonstre compreensão, PREOCUPAÇÃO SINCERA e paciência. Você pode dizer algo em tom suave a essa pessoa: “você gostaria de me contar o que está sentindo?” ou “gostaria de sair um pouco daqui para conversarmos um pouco?” isso pode ajudar bastante.
Se você não souber o que dizer no momento, tudo bem, apenas ouça e mostre à pessoa que você está ali.
Dizia Freud que o ato de dizer já é terapêutico, portanto, falar e sentir-se ouvida, possivelmente possibilitará que a pessoa se sinta melhor.
Quando digo que todos podem acolher, e que não precisa ser psicólogo para isso, coloco como exemplo o que aprendemos nas autoescolas nas aulas de primeiros socorros: não precisamos ser médicos para prestar primeiros socorros a uma vítima de acidente, correto? Podemos prestar atendimento até que o socorro especializado chegue ao local. Da mesma forma ocorre com o paciente que sofre com ansiedade.
5- EVITE LIÇÕES DE MORAL
Esse não é o momento de colocar alguém contra a parede por causa de suas ações. Não é hora de dizer aquelas verdades que você acha que ela precisa ouvir. Qualquer coisa que seja dita nesse momento precisa ser transmitida com amor.
6- CUIDADO COM FRASES OTIMISTAS:
Para quem está em crise o estado de angústia pode chegar ao ponto de impedir a visualização de alternativas para enfrentamento dos problemas. Dizer coisas como: “você é muito jovem, logo terá outro namorado (a)”, ou “isso não é tão ruim, pior sou eu que estou com problemas em casa”. Esse não é um momento para discutir quem tem mais problemas na vida, ok?
A pessoa em crise poderá sentir que seus problemas não têm importância, que a postura de quem tenta acalmá-la é, na verdade, de indiferença ao seu sofrimento.
7- Permita a EXPRESSÂO
Diante do sentimento de agravamento dos sintomas, a pessoa com ansiedade tende a ativar todos os seus recursos de autocontrole diante do medo, que infelizmente podem trazer mais angústia e sofrimento.
Se a pessoa quiser gritar, chorar, ou expressar sua raiva de alguma forma que não coloque em risco a sua integridade e a de outras pessoas, permita. Não reprima. Todo sintoma tem algo a dizer. É preciso que saia pela fala, ou outra forma de expressão.
8- Incentive a pessoa a PROCURAR AJUDA.
Fazer Psicoterapia ainda é visto por muitos com certo preconceito. Apoiar a compreensão de que transtornos de ansiedade são tão comuns como uma fratura de braço pode ajudar a pessoa a desmistificar essa questão.
Um incentivo que podemos dar é: “faça uma consulta”. “Permita saber como é”. “Você pode se beneficiar com isso, e não precisa continuar com esse profissional se não se identificar”.
Não há abordagem na Psicologia melhor para tratamento desse tipo de transtorno. Afirmar isso seria como dizer que uma religião é melhor que a outra para um determinado cristão. Cada abordagem na Psicologia tem suas técnicas, compreensões acerca do ser humano e métodos, mas todas visam o cuidado.
9- Medidas ALTERNATIVAS
Se perceber que a pessoa não está melhorando, ou que está mais angustiada, talvez seja melhor ajudar a pessoa a desfocar dos sintomas. Estimular a desaceleração, respirar mais lentamente. Apoiar a compreensão de que, apesar dos sintomas, sua respiração está normal e seu corpo funcionando perfeitamente.
Espero que esse texto ajude você a apoiar alguém que conheça ou encontre em seu cotidiano. Não há dúvidas que a Ansiedade é um dos maiores males dos novos tempos. Precisamos lutar juntos contra seu crescimento.
Se quiser falar sobre o assunto, tirar dúvidas, conte comigo!
Um abraço,
William Sousa
Psicólogo Clínico e Hospitalar – CRP: 06/103810
A volta para a casa dos Pais na pandemia: dá certo isso, produção?
A volta para a casa dos Pais tem sido motivada por fatores diversos: perda do emprego, diminuição da renda, busca pela companhia dos familiares, preocupação com o isolamento dos Pais, ou até mesmo pela opção de sair dos grandes centros em busca de melhor qualidade de vida, uma vez que o trabalho remoto se tornou uma realidade que veio para ficar.
Diante dessa multiplicidade de fatores que levam à decisão, podemos pensar que cada jovem possui uma expectativa com o retorno à casa dos Pais, que pode ser diferente da expectativa dos Genitores.
Sabemos que as pessoas têm sua personalidade, hábitos costumes e valores, mas também temos consciência que nosso aprendizado e evolução são constantes, e esse fator nem sempre é percebido por nós.
Em numerosos casos, ao retornar para casa, o jovem mais amadurecido agora, precisará lidar com Pais que podem continuar a lhe tratar como antes (Pequeno, irresponsável, com necessidades de cuidado e provimento), isso pode gerar incômodo ao jovem que regressa, uma vez acostumado a gozar de certa liberdade e autonomia fora do lar.
Por sua vez, o Jovem também pode não compreender o momento atual dos Pais.
Essa série de desencontros podem ser os principais geradores de conflito nessa dinâmica.
Além dos desafios já elencados, o retorno ao lar tem possibilitado o encontro com conflitos não superados no passado, porém não deixa de ser uma nova oportunidade para esses jovens e seus Pais, de olharem para conflitos que se repetem há anos.
Esses conflitos geralmente surgem por questões ligadas a autoridade. Como menciono anteriormente, muitos Jovens não se dão conta do possível desafio de ter que lidar com Pais que os percebem da mesma forma que faziam em sua infância e adolescência.
Importante ressaltar que o momento econômico também impacta de forma significativa a saúde emocional. Para jovens que sonhavam com liberdade financeira e independência, essa fase de isolamento e recessão econômica, pode ser sentida como insucesso, resultando em sentimentos de menos valia, fracasso, inferioridade e baixa autoestima.
Para que essa relação dê certo (ou esse retorno à casa dos Pais) é fundamental que haja diálogo, conversas francas onde Pais e filhos possam compartilhar expectativas sobre o retorno da convivência diária, e o que mudou em suas vidas durante o período de distanciamento. É preciso ajudar o outro a compreender as mudanças que ocorreram e como lidar com essa diversidade.
Não ter julgamento dos hábitos e condutas entre Pais e filhos também é fundamental para a construção de um ambiente de empatia e convívio saudável.
Nome: William Vinicius de Sousa
CRP: 06/103810
"Eu sei, mas não devia" texto de Marina Colasanti!
Eu
sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em
apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E,
porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não
olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não
abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que
se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se
acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café
correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder
o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do
trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar
cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a esperar o dia
inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem
receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A
gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar
para ganhar o dinheiro com que pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E
a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais
dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma
a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a
televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser
instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro
de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na
luz natural. Às bactérias da água potável. A gente se acostuma a coisas demais,
para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma
dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se a praia está contaminada,
a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o cinema está cheio, a
gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se o trabalho está
duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não
há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem
sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para
preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o
peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que,
gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Belo
texto de Marina Colasanti!
E
você, está acostumado??
Domingo é um dia triste!
Para muitos o domingo é um dia de
felicidade, para outros não, depende da significação individual que damos à
data.
Antes do Cristianismo os domingos
eram reconhecidos como "Dies Solis" (dia do Sol) onde se reverenciava
a Divindade do Sol.
Nesse dia as pessoas descansavam,
se reuniam com seus familiares, agradeciam à divindade, não havia trabalho e os
dessabores da vida.
Com o Cristianismo "Dies
Solis" se transformou em "Dies Dominica" (Dia do Senhor) em todo
o Império Romano.
Independente da mudança, o
domingo é marcado pela maioria como dia de descanso, união com familiares e
próximos, porém, para outros, a data pode significar tristeza por marcar um dia
em que gostaríamos de estar próximos de quem amamos, mas sabendo que isso não é
possível.
Os motivos são variados: a morte,
o distanciamento social, ou pior, o distanciamento emocional. Encontramos na
situação de distanciamento emocional a Angústia de ter, não tendo. De saber que
se tem alguém, mas não se pode contar para uma conversa, um abraço, apoio etc.
Muitos sentem no domingo a
ausência do amor, é quando tudo para ao nosso redor que nos encontramos com nós
mesmos e passamos a ouvir nossas questões mais profundas.
É por esses e outros motivos que
o domingo pode ser triste.
Se você se reconhece nessas
palavras, saiba que a realidade pode ser diferente, pois não há sofrimento que
não possa ser cuidado!
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